terça-feira, 14 de abril de 2009

Ode para a medíocre sociedade decadente

No romance "Vermelho e o Negro," Stendhal caracteriza a sociedade vasta de muita ambição e de pouca coragem individual





Henry Beyle, ou Stendhal como assinava alguns de seus livros, acreditava que a verdadeira nobreza está no espírito e não no sangue azul dos avec-culottes. Para o autor ser culto, nobre, estava no modo de agir, nos pensamentos diários, que ultrapassavam os grandes salões de festas.



Escrito em 1830, "O Vermelho e o Negro" é uma ácida crônica, que analisa psicologicamente, a decadente sociedade francesa do período da Restauração pós-napoleônica. O autor expõe as ambições mesquinhas da emergente sociedade de classes.O jovem Julien Sorel, nascido numa cidade do interior da França, desde cedo sofreu com o preconceito do pai e irmãos por se interessar pelo gosto da leitura e do conhecimento.



Julien, durante a infância estudou com o cirurgião-mor da cidade, depois contou com os ensinamentos do Cura, aprendendo latim e o Novo Testamento. Na adolescência, a convite do prefeito da cidade, Senhor Rênal, o jovem muda-se para ser preceptor dos dois filhos dele. Na casa do prefeito o jovem cria várias estratégias para conquistar a Senhora Renal, até o romance tornar-se um escândalo e se ver obrigado a deixar a cidade.



Em Paris, Julien conhece a alta sociedade. Torna-se secretario do marquês, pai de Mathilde, por quem se apaixona. Na obra, "Vermelho e o Negro" Stendhal mostra o comportamento da capital e do interior. E a decepção da descoberta que a cultura é apenas superficial e status quo.A sociedade que Julien vive é como o autor caracterizava sua época: de pouca determinação e muita ambição, muita conspiração e pouca coragem. Infelizmente o romance de Stendhal é perene na sociedade. Somente trocando alguns objetos, os personagens e o discurso, mesquinhos e superficiais podem ser encontrados ainda hoje.

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